Aveiro: cidade da cerâmica, do azulejo e do mundo
Os azulejos em Aveiro
Com um solo rico em argila, a cerâmica desde muito cedo se revela em Aveiro, através da importância dos oleiros, que se dedicavam ao fabrico de peças de cerâmica, mostrando o valor da sua matéria-prima para a cidade, que surge como centro oleiro.
Veja no mapa: http://mapsengine.google.com/map/viewer?mid=zJnxsICePmKw.krIRI56BIk5w
Imediações da Sé / Avenida 25 de Abril
A indústria da olaria terá iniciado em Aveiro no século XVI. Nas imediações da atual Sé de Aveiro, existia o “Bairro dos Oleiros”, ocupado pelas suas famílias, que se foi expandindo, alcançando toda a atual Avenida 25 de Abril. Até 1978/1979 designava-se “Travessa da Olaria” (nome alterado após a revolução de 1974).
Sé Catedral de Aveiro
Antiga Igreja de S. Domingos e frequentada pelos oleiros, a Sé é atualmente Imóvel de Interesse Público. Nos espaços livres das paredes existem azulejos do séc. XVIII: à direita um panorama da cidade de Osma, Espanha, onde nasceu S. Domingos de Gusmão e à esquerda, a cidade de Bolonha, Itália, com o seu convento Beneditino de Santa Maria do Monte, onde S. Domingos de Gusmão faleceu. A representação de cidades estrangeiras mostra a abertura da própria reli- gião a outros países, num país aberto ao mundo e com uma tradição de viagens.
Mais informações: www.diocese-aveiro.pt/v2/?page_id=54
Av. Combatentes da Grande Guerra
Os azulejos foram utilizados nesta avenida para revestir as fachadas de edifícios no séc. XIX. A tendência de utilização do azulejo no exterior, bem como a representação de floridos e cores tropicais, trata-se de uma importação do Brasil, dado que em Portugal os azulejos eram apenas usados nos interiores. A forte presença dos painéis na arquitetura civil advém do regresso dos emigrantes (os “brasileiros”), que os utilizam como símbolo de estatuto, poder e ostentação de riqueza, e que tornam a arte economicamente viável e lucrativa, levando à criação das primeiras indústrias de azulejo, tanto em Aveiro como no norte do país.
Igreja da Misericórdia de Aveiro
A Igreja da Misericórdia de Aveiro, imóvel de interesse público, constitui o segundo edifício cuja fachada é revesti- da a azulejos. Também as paredes interiores são revestidas por azulejos.
Mais informações: www.scmaveiro.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=2451
Rua João Mendonça
Nesta rua, observa-se a manifestação da Arte Nova em Aveiro, sob a forma de azulejos, ocorrida no início do século XX.
a. Casa dos ovos-moles “A Barrica”: casa de fabrico de ovos-moles (doce tradicional de Aveiro), de confeção caseira. Mais informações: abarrica.do.sapo.pt.
b. Casa/Museu de Arte Nova: atualmente transformado em casa de chá, apresenta uma carta de chás muito diversificada, sendo possível experimentar chás de várias partes do mundo – inclusive de alguns países lusófonos. Mais informações: www.facebook.com/casadechartenova.
c. Antiga Cooperativa Agrícola: edifício de arquitetura civil e imóvel de interesse público.
d. Posto de Turismo / Turismo do Centro. Mais informações: www.turismodocentro.pt.
Casa dos Arcos
Primeiro edifício revestido a azulejos, em Aveiro, em 1857: edifício da antiga Capitania do Porto de Aveiro, também denominado “Casa dos Arcos”. Dois painéis na fachada mostram atualmente motivos ligados ao mar, revelando a tradição marítima da cidade e a abertura ao mar e ao mundo, sempre demonstrada. Mais informações: www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/74838
Centro Cultural e de Congressos
Ao longo dos tempos, face a uma grande procura, surgiram várias fábricas de cerâmica e azulejo que foram desaparecendo com o tempo. Atualmente, um dos elementos mais emblemáticos da cidade trata-se do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, antigo edifício da Fábrica Jerónimo Pereira, uma das indústrias mais importantes ao longo da história de Aveiro.
Ria de Aveiro
A ria, enquanto canal navegável e ligação para o exterior constituiu um dos fatores-chave de sucesso para a indústria dos azulejos, permitindo a exportação para diversos pontos do mundo. Esta presença é visível nos países lusófonos, que utilizam azulejos portugueses nos edifícios.